De acordo com uma reportagem do The Guardian, milhões de vidas podem ser salvas graças a um conjunto inovador de novas vacinas para uma variedade de condições, incluindo câncer. Estudos sobre essas vacinas estão mostrando “promessa tremenda”, e alguns pesquisadores afirmam que 15 anos de progresso foram condensados em 12 a 18 meses devido ao sucesso da vacina COVID-19.
A Moderna, uma das principais empresas farmacêuticas que desenvolveram a vacina contra o coronavírus, está trabalhando em vacinas contra o câncer que visam diferentes tipos de tumores. O diretor médico da Moderna, Dr. Paul Burton, acredita que a empresa poderá oferecer tratamentos para “todos os tipos de áreas de doença” em apenas cinco anos, e que essas vacinas podem salvar centenas de milhares, senão milhões, de vidas.
Além disso, uma única injeção pode cobrir várias infecções respiratórias, protegendo pessoas vulneráveis contra COVID, gripe e vírus sincicial respiratório (RSV). Terapias de mRNA também podem estar disponíveis para doenças raras para as quais atualmente não há medicamentos.
Tecnologias de vacinas baseadas em mRNA funcionam ensinando as células a produzir uma proteína que desencadeia a resposta imune do corpo contra a doença. Uma vacina contra o câncer baseada em mRNA alertaria o sistema imunológico para um câncer já em crescimento no corpo do paciente, possibilitando que ele ataque e destrua o câncer sem afetar células saudáveis.
Contudo, cientistas alertam que o progresso acelerado nos últimos três anos será desperdiçado se um alto nível de investimento não for mantido. A FDA dos EUA concedeu designações de terapia inovadora à vacina experimental de mRNA da Moderna para RSV e à vacina contra câncer personalizada, acelerando a revisão regulatória.
A Pfizer também está recrutando para um ensaio clínico em estágio final de uma vacina contra a gripe baseada em mRNA e mira em outras doenças infecciosas, como o herpes zoster, em colaboração com a BioNTech. Outras tecnologias de vacinas, como as vacinas baseadas em proteínas de próxima geração, também se beneficiaram da pandemia.
O Prof. Andrew Pollard, do Oxford Vaccine Group e presidente do JCVI do Reino Unido, enfatiza a importância de manter o foco nas vacinas, apesar de ameaças como conflitos na Europa. Ele acredita que não investir no desenvolvimento de vacinas seria um erro, considerando que as pandemias são uma ameaça tão grande, senão maior, do que uma ameaça militar.