A empregada doméstica Aurilene Lima da Silva, de 41 anos, faleceu na segunda-feira, 8, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul, em Palmas, enquanto aguardava por internação no Hospital Geral de Palmas (HGP). Segundo seu marido, Isaias Rodrigues Pereira, de 37 anos, houve três pedidos de remoção da paciente, todos recusados por falta de vagas no hospital.
Isaias Pereira registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na 2a Central de Atendimento da Polícia Civil no dia seguinte à morte, acusando o hospital de omissão de socorro médico. Ele afirmou que nas três tentativas ao HGP para internar sua esposa, a recusa teve como alegação a falta de vagas.
Aurilene deu entrada na UPA Sul no domingo, 7, com dores abdominais, e foi medicada e liberada. No dia seguinte, ela voltou à unidade com fortes dores no peito, mas não apresentou melhoras mesmo após o atendimento. O quadro se agravou, com febre, sangramento ao tossir e vômitos, e ela foi encaminhada à sala vermelha da UPA, onde foram realizados exames que não constataram a doença.
O marido de Aurilene conta que fez tudo o que pôde para que ela sobrevivesse e que foram feitos três pedidos ao HGP para a transferência com urgência, todos eles negados. Segundo ele, sua esposa foi entubada na segunda-feira, 8, mas ele não foi avisado do procedimento. Pouco tempo depois, por volta das 11h29min, Aurilene faleceu. O enterro de Aurilene Silva ocorreu na terça-feira, 9, em Miranorte. Ela deixa o esposo e três filhas.
A Semus, por sua vez, emitiu uma nota afirmando que a paciente deu entrada na UPA Sul no domingo, 7, às 18h, e que a intubação se tratava de uma emergência médica, por isso os familiares foram avisados após o procedimento. A secretaria ainda destacou que a regulação de leitos é de competência da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
A morte de Aurilene Lima da Silva é mais um triste exemplo da negligência do governo em garantir a saúde e a segurança da população. É inadmissível que uma paciente em estado grave tenha que aguardar por dias por uma vaga em um hospital, enquanto sua família se desespera.
Fonte: Jornal do Tocantins