Neste sábado (21), o novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, demitiu o chefe do exército, general Júlio Cesar de Arruda. Isso veio após alegações de que Arruda tentou proteger os manifestantes de extrema-direita que participaram de atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro em Brasília. Arruda havia assumido o cargo de chefe do exército no final de dezembro.
A manifestação foi liderada por apoiadores do ex-presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro, e causou danos significativos na capital do país. A administração de Lula chamou isso de uma tentativa fracassada de golpe.
Arruda, que é suspeito por alguns aliados de Lula de ter alinhamento político com Bolsonaro, teria impedido a polícia de prender manifestantes que se refugiaram em um acampamento fora da sede do exército de Brasília na noite do ataque.
Essa decisão altamente controversa permitiu que dezenas de criminosos de direita evitassem a captura depois de saquearem o Palácio Presidencial, a Suprema Corte e o Congresso Nacional. Isso reforçou as suspeitas generalizadas de que a revolta teve pelo menos algum nível de apoio de membros das forças armadas do Brasil.
Bolsonaro, um ex-capitão do exército, tem apoio significativo entre funcionários militares e policiais. Lula removeu pelo menos 80 oficiais militares de seus empregos em sua administração nos últimos cinco dias, em uma tentativa de erradicar os apoiadores hardcore de Bolsonaro.
Arruda será substituído pelo Gen Tomás Miguel Ribeiro Paiva, chefe de 62 anos do comando militar do sudeste em São Paulo. Em um discurso publicado nas mídias sociais na sexta-feira, Ribeiro Paiva pediu às tropas que respeitassem o resultado da eleição de outubro passado, que Lula venceu por cerca de 2 milhões de votos.