Nesta quinta-feira (23), a juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, removeu o sigilo de documentos e decisões relacionados à prisão de suspeitos de planejar ataques contra autoridades. A Operação Sequaz teve como objetivo desarticular uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo o senador Sergio Moro (União-PR) e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que investiga a atuação da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Durante a operação, a Polícia Federal prendeu pelo menos nove pessoas.
A retirada do sigilo do processo foi um pedido do delegado que conduz as investigações, protocolado nos autos às 14h de ontem. Segundo nota divulgada pela Justiça Federal do Paraná, a juíza federal entendeu melhor manter o nível de sigilo 1, por segurança dos investigados e vítimas, autorizando a divulgação apenas das representações policiais e das decisões que autorizaram as prisões e as buscas, bem como o termo de audiência de custódia.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a Polícia Federal faz um trabalho técnico, sem interferência política. A PF estava investigando a quadrilha há pelo menos 45 dias, desde que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, avisou de que havia um plano de execução de Moro. A polícia continua investigando as razões pelas quais os criminosos tinham Sergio Moro como alvo e como seria o ataque, mas as principais hipóteses são extorsão mediante sequestro, chantagem ou até mesmo assassinato.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou que o plano do PCC para executar Moro poderia ser “mais uma armação” do ex-juiz. Em resposta, Moro criticou a fala de Lula em vídeo compartilhado nas redes sociais. Por outro lado, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, questionou a decisão da juíza Gabriela Hardt de retirar o sigilo da operação.
Gabriela Hardt substituiu Sergio Moro em 2018, quando ele pediu exoneração da 13ª Vara Federal de Curitiba para assumir o cargo de ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro. Ela assumiu a Operação Lava Jato na época e foi responsável pela sentença que condenou Lula em 2019.