O líder espiritual tibetano, Dalai Lama, se desculpou por um incidente no qual foi filmado beijando um menino indiano no último sábado (8). A gravação foi transmitida pelo canal Voice of America, um serviço de radiofusão norte-americano internacional, e rapidamente se espalhou pelas redes sociais, gerando indignação entre os internautas.
Após a repercussão do caso, Dalai Lama lamentou “a dor que suas palavras podem ter causado” em um comunicado publicado por seu gabinete. Ele ressaltou que costuma interagir de maneira inocente e brincalhona com pessoas que conhece, mesmo em público.
Nas imagens, o Dalai Lama está sentado em frente ao garoto, que o abraça e pede um beijo na bochecha. O líder tibetano atende ao pedido e, em seguida, solicita que o menino “chupe sua língua”. Embora a criança encoste a cabeça na dele, aparentemente não toca na língua do líder religioso.
Alguns sites afirmam que mostrar a língua é um costume na região chinesa. No entanto, Leilane Rocha, especialista em sexualidade, criticou a conduta do Dalai Lama em uma publicação no Instagram. “Mostrar a língua é uma coisa. Pedir ‘pra’ chupar e tentar encostar a língua na língua da criança são coisas totalmente diferentes”, afirmou.
Usuários do Twitter condenaram o líder tibetano, alegando que o beijo na boca não é uma prática comum entre os budistas. Outros argumentaram que o vídeo foi criado para difamar a imagem de Dalai Lama. Segundo a imprensa internacional, a prática de mostrar a língua remonta ao século IX, durante o reinado do imperador Lang Darma.
Essa não é a primeira vez que o líder espiritual se envolve em polêmicas. Em 2019, ele pediu desculpas por comentar que uma mulher que o sucedesse deveria ser “mais atraente”. Em 2018, ao abordar a questão dos refugiados africanos na Europa, sugeriu que o continente deveria ser preservado para os europeus, causando controvérsia.