Mais de 95 pessoas foram mortas e um número ainda maior ficou ferido em um ataque terrorista ocorrido durante uma cerimônia memorial no Irã, destinada a marcar o quarto aniversário do assassinato do general Qassem Suleimani. O atentado, que teve como alvo a cidade de Kerman, amplia as tensões já altas em uma região do Oriente Médio cada vez mais volátil.
As explosões ocorreram durante a cerimônia em homenagem a Suleimani, ex-chefe da força al-Quds do Irã, conhecido por sua influência na região. Até o momento, não está claro quem é o responsável pelo ataque. Tanto Israel quanto o Estado Islâmico foram apontados como possíveis suspeitos, mas nenhuma reivindicação foi feita.
O ministro do Interior do Irã, Ahmad Vahidi, não atribuiu imediatamente a culpa pelo ataque, e nenhum grupo assumiu a responsabilidade. O Departamento de Estado dos EUA afirmou que não tem razões para acreditar que Israel esteja envolvido.
Inicialmente, o número de mortos foi relatado como 103, mas o ministro da Saúde iraniano, Bahram Einollahi, alertou que o número poderia aumentar, já que muitos dos feridos estão em estado crítico. Hospitais em Kerman e arredores foram colocados em alerta para lidar com as vítimas.
As explosões foram causadas por duas bombas detonadas remotamente, de acordo com autoridades. Elas ocorreram em intervalos de 15 minutos na cidade de Kerman, perto do local de enterro de Suleimani.
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou que a nação iraniana permanece determinada em defender seus ideais islâmicos, apesar dos ataques. Ele destacou que os atentados fortaleceram a resolução do Irã em combater o terrorismo.
Líderes mundiais, incluindo o presidente russo Vladimir Putin, expressaram simpatias, mas evitaram apontar responsabilidades pelo ataque. O vice-presidente do parlamento iraniano, Mojtaba Zolnouri, afirmou que o atentado não-suicida indicava o envolvimento do “regime sionista”, prometendo uma vingança global.
O Irã, que não mostrou interesse direto em confrontos com Israel, preferindo apoiar grupos de procuração, enfrenta agora uma situação ainda mais complexa em meio aos combates entre o Hamas e Israel e às ameaças dos houthis no Iêmen.
O ataque ocorre em um momento de grande instabilidade no Oriente Médio, com diversos conflitos em curso, aumentando as preocupações sobre o potencial desencadeamento de uma escalada ainda maior na região. Um dia de luto foi anunciado no Irã em homenagem às vítimas do atentado.